sexta-feira, 27 de julho de 2007

Juventude perdida


Recentemente temos assistido a vários crimes violentos praticados por jovens:
  • Português de 17 anos detido na Alemanha por suspeita de violação de 4 mulheres.
  • Rapaz de 12 anos esfaqueado mortalmente por ciumes, pelo irmão de 17 anos, em Leiria, Vale de Catarina.
  • Pai encontra filha (18 anos) morta no armário do quarto do filho (26 anos). A filha tinha sido violada, agredida e estrangulada pelo irmão. Florida, EUA.
  • Rapaz de 13 anos mata irmão de 16 anos, por comando de jogo. Filadélfia, USA.
  • Jovem de 19 anos morto à facada por amigo de infância de 19 anos, em Vale da Amoreira, Baixa da Banheira.
  • Pastor de 19 anos mata a tiro um homem de 89 anos por este lhe ter recusado dinheiro, em Cerva, Ribeira de Pena.
  • Massacres cometidos por jovens contra os seus colegas de escola, nos USA.
  • Caso do grupo de jovens à guarda de centro educativo, no Porto, que matam transsexual, (2006).

Muitos mais casos existem, e outros tantos estarão certamente para acontecer. Se os crimes contra as pessoas, e nomeadamente contra as crianças são de condenar, também o são os crimes cometidos por jovens e crianças.

Jovens frios, impulsivos, que atacam sem medir as consequências dos seus actos, porque entendem não poder ser contrariados, e quem ousar fazer-lhes frente é simplesmente agredido e morto. Não importa o laço de sangue, nem o laço criado pelos anos de convivência, amor, e amizade entre pais e filhos, amigos ou simples estranhos; porque estas são palavras às quais não reconhecem qualquer significado. Gente que cresce vazia, gente falsa que se esconde atrás de um sorriso material, gente que acredita em grandezas e futilidades e que o minímo atentado contra a sua pessoa, é motivo para cometer o pior crime de todos, o homicídio. Porque eles são pessoas, mas os outros não. Basta de histórias de infância como razão e desculpa para o cometimento de crimes, basta de arrependimentos vazios e lágrimas de crocodilo. Há quem diga que as crianças são inocentes e puras por natureza, contudo também as há frias, más e cruéis. Podem ser fruto da educação ou da falta dela, mas são-no também do seu próprio interior. Houve quem quisesse apanhar o criminoso ainda criança e recuperá-lo para uma vida sadia e feliz; contudo nem sempre existem histórias tristes para contar, mas sim uma opção de vida. Ou uma total falta de valores, regras e princípios. Não há respeito pela pessoa nem pela Vida. Mata-se indiscriminadamente por raivinhas e vinganças de momento, levadas por impulsos e ideias de superioridade. Destroi-se o outro sem qualquer remorso, mas simples rancor e paga que se entende merecida.

Contudo nem só através de acções se mata alguém, mas também através da palavra. Do gozar o outro, de humilhá-lo, de denegri-lo, de inferiorizá-lo e ridicularizá-lo, como se os agressores fossem deuses acima de tudo e todos, com o dom supremo de julgar e condenar os seus inferiores.

É tarefa de todos nós educar e fazer valer pelo nosso comportamento o respeito perdido.

Que juventude é esta que estamos a criar?

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