quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Megan Meier

"Bullying" é um termo usado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos com o intuito de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz/es de se defender. "Bully" significa "valentão", o autor das agressões. A vítima é a que sofre os efeitos da agressão. Também ocorrem casos de alguns "bullies" serem eles próprios vitimas de outros "bullies", e exercerem sobre os mais fracos as mesmas agressões que sofrem de outros.

Bullying é essencialmente definido em 3 pontos, por um cientista norueguês (Dr. Dan Owelus):
1. comportamento agressivo e negativo;
2. comportamento executado repetidamente;
3. comportamento que ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas

O bullying divide-se em duas categorias:
1. bullying directo (forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos);
2. bullying indirecto, também conhecido como agressão social (forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social). Este isolamento é obtido através de uma vasta variedade de técnicas, que incluem: espalhar comentários; recusa em se socializar com a vítima, intimidar outras pessoas para não se socializarem com a vítima, criticar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades, etc).

O bullying pode ocorrer na escola ou universidade, no local de trabalho, entre vizinhos e até países. A força do "bully" depende muitas vezes da incapacidade da vitima resistir e fazer frente ao agressor, sentindo-se intimidada e ao não oferecer resistência permite ao "bully" atacá-la. Geralmente a vitima tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda de meios de subsistência.

Os bullies pretendem intimidar, humilhar e atormentar a vitima, recorrendo a: Insultos à vítima acusando-a sistematicamente de não servir para nada; ataques físicos à vitima ou algo da sua propriedade; interferir com a propriedade pessoal da vitima, seus livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os; espalhar rumores negativos sobre a vítima; depreciação da vítima sem qualquer motivo; fazer com que a vítima faça o que não quer, ameaçando a vítima para seguir ordens; colocar a vítima em situação problemática com alguém por algo que não cometeu ou que foi exagerado pelo bully; fazer comentários depreciativos sobre a família da vitima, sobre o local onde reside, aparência pessoal, orientação sexual, religião, raça, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra característica da vitima da qual o bully tenha tomado conhecimento.

O bullying pode ainda ser praticado através de chantagem, expressões ameaçadoras, grafitagem depreciativa, sarcasmo; e adquirir a designação de cyberbullying, quando praticado através das novas tecnologias de informação (ex: criar páginas falsas sobre a vítima em sites de relacionamento etc). O cyberbullying consiste no acto de intencionalmente denegrir, ameaçar e humilhar a vitima através do uso das novas tecnologias da informação.

Passemos agora a um chocante caso real:

A 17 de Outubro de 2006, Megan Meier do Missouri, EUA, foi declarada morta, após ter dado entrada no hospital no dia anterior. A adolescente de 13 anos havia-se enforcado no seu quarto após uma conversa no conhecido site myspace com um suposto amigo virtual que nunca tinha visto. Megan estava a recuperar de um problema de obesidade na infância, e era na altura medicada devido à baixa auto-estima e depressão causada pelos problemas que enfrentara; pois na escola havia sido vitima de "bullying" e tinha encontrado no amigo virtual a atenção e carinho que necessitava. Os pais que sabiam do amigo virtual de Megan, queriam saber mais pormenores sobre o mesmo, pois só aceitavam que a filha se comunicasse com familiares e colegas de escola que conheciam pessoalmente. O único que os pais de Megan conheciam, era uma fotografia do suposto amigo, que segundo ele se tinha mudado recentemente para aquela zona do país, vindo de uma família desfeita, e que procurava fazer novas amizades pelo site. O rapaz de nome Josh Evans, de 16 anos, não tinha telemóvel nem telefone fixo devido à situação precária da família, e estudava em casa. Momentos antes de se enforcar, Megan estivera ao computador com o amigo virtual, chegando a dizer à sua mãe que Josh (após vários meses de amizade virtual) teria terminado a amizade com ela e que estava a publicar mensagens sobre ela na sua página do myspace, onde dizia que Megan era uma puta, feia e gorda, e que o mundo seria melhor sem ela! A mãe de Megan ralhou com ela por estar a falar com Josh, que não conhecia de lado nenhum, e disse-lhe que tudo iria ficar bem, e para desligar o computador. Megan continuou online a ver o que o seu outrora amigo escrevia acerca ela, e saiu a chorar para o quarto a gritar que a mãe devia estar do lado dela. Vinte minutos depois a mãe foi ao quarto ver como estava a filha, e encontrou-a enforcada no roupeiro. Com a ajuda do marido, soltaram Megan e a sua pequena irmã foi chamar um vizinho que sabia fazer reanimação. O vizinho acorreu de imediato ao local, tendo feito todos os possíveis por Megan até à chegada da ambulância, que a transportou ao hospital, e onde foi declarada morta no dia seguinte. De imediato os pais de Megan quiseram contactar Josh, mas a sua conta e identidade tinha desaparecido... Desolados pelo suicídio da sua menina de apenas 13 anos, foram confortados pelos vizinhos e comunidade mais próxima. Contudo a história não acaba aqui, pois que uma vizinha decidiu finalmente revelar um segredo que mantia em agonia: Josh não existia! Josh tinha sido criado por uma outra vizinha e suposta amiga da família, que criou a identidade de um rapaz no myspace, com a ajuda da sua própria filha e de um empregado, no intuito de ganhar a confiança de Megan de modo a saber o que Megan pensava da sua filha (pois que ambas as meninas de 13 anos eram amigas, mas de momento pouco falavam)! Esta suposta amiga da família, sabia da fragilidade da menina, como esta tinha sofrido na escola por ter excesso de peso, como tinha baixa auto-estima e como só agora devido à medicação estava a recuperar a alegria de viver que nunca tinha sentido. Ao tomarem conhecimento de tais factos, os pais de Megan confrontaram a vizinha, que lhes confessou ter inventado a identidade de Josh e os seus intuitos com o plano; tendo referido que embora a criação de Josh possa ter acidentalmente levado ao suicídio da menina, ela não era culpada visto que Megan já se tinha tentado suicidar anteriormente; e que confessava os factos para se aliviar da tensão e se retirar de qualquer responsabilidade quanto ao suicídio. Ainda mais horrorizados com tal crueldade e mesquinhez que levou à morte da filha, os pais de Megan apresentaram queixa à policia, que confirmou junto da vizinha a história macabra. O caso chegou ao conhecimento de procuradores e juízes mas acabou por ficar impune devido a lacuna de legislação, pois que o intuito da vizinha não era "matar" Megan, e nada na lei proíbe ou criminaliza o facto de alguém criar uma falsa identidade na Internet num programa de conversação... Ainda que para ganhar erroneamente a confiança de alguém... Ainda que publique mensagens referentes a outra pessoa no intuito de abalar a auto-estima e gozar com um menor já fragilizado...Ainda que indirectamente tenha levado uma criança ao suicídio.

E como sempre, só após as desgraças acontecerem é que as lacunas da lei são descobertas e surgem propostas de criminalização de factos praticados via Internet, devido à forte contestação de toda a comunidade do Missouri e restantes Estados ao terem conhecimento do que se passou com Megan; contudo para Megan já nada servirá.

Megan faria 14 anos a 6 de Novembro. Foi sepultada com o vestido que tinha escolhido para a sua festa de anos, e pela qual ansiava tanto.

Que ao menos a sua morte não tenha sido em vão...

Quanto à vizinha, essa só pode ser doente mental, para ser capaz de tamanha crueldade, ainda para mais, conhecendo a debilidade da filha dos seus amigos. Como é possível que tenha saído impune quando tenha despoletado a morte de uma criança, devido aos seus ataques a Megan, uma criança já fragilizada e numa idade perigosa, em que ainda não se tem capacidade mental para suportar a dor, o gozo e a humilhação, nem capacidade de visão para compreender que pode ultrapassar qualquer situação e que não viverá aquela dor eternamente. Megan perdeu a vida por um engano, por uma fraude, por uma mentira cruel, macabra e mórbida de alguém que é adulto e mãe, e deveria ter consciência da maldade que estava a provocar deliberadamente a uma criança da idade da sua própria filha, apenas pelo prazer de se divertir à custa das lágrimas de outrem.

Megan tinha uma vida inteira pela frente, e estava a aprender a sorrir.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Fumo Psicológico

É proibido fumar. Finalmente entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2008 uma Lei do Tabaco que proíbe fumar em espaços colectivos e fechados. Desde logo a Lei tem sido alvo de grande contestação, na sua maioria por parte dos fumadores, mas também de alguns proprietários de serviços de restauração (estes últimos não preocupados com a saúde, mas sim com a perda de clientes). Esta nova Lei trouxe já aos nossos dias uma situação caricata e ridícula, na qual o proprietário de um café que chamou a polícia para fazer frente a um cliente que se recusava a deixar de fumar no estabelecimento, acabou por ser multado! Tudo porque não continha no interior do estabelecimento os respectivos dísticos a informar que no seu espaço era proibido fumar... Vá-se lá compreender como é que quem luta pela aplicação e defesa da Lei acaba multado, quando o prevaricador sai impune e em tom zombador...
Contudo os disparates não se ficam por aqui, pois foi criada uma Linha Telefónica SOS para quem necessite de informação acerca dos malefícios do tabaco ou de ajuda para deixar de fumar. E o mais engraçado é que a Linha Telefónica dá emprego não só a médicos como também a psicólogos!

Se necessário procure apoio e ajuda junto de: Familiares, amigos, colegas, ex-fumadores.
Técnicos de saúde (médicos e psicólogos) que aconselham e apoiam de modo profissional.
Telefone para a linha SOS deixar de fumar :808 20 88 88

É mais um desperdício de dinheiro e de "oferecer" emprego a quem não quer trabalhar, pois que função terão os psicólogos a atender o telefone? Que dirão? "o facto de fumar deve-se a um grave e profundo problema freudiano, a nível sexual", ou talvez quem saiba "coitadinho, hoje custou-lhe muito não fumar durante 5 minutos, tudo se deve a um conflito interno relacionado com a sua mãe ou ex-namorado que a deixou, faz parte da depressão que vive, volte cá amanhã para chorar mais um pouco"... Cambada de imbecis, psicólogos com cantigas e conversas fingidas e afins que aturam as suas históriazinhas. E os fumadores...que pena que eu tenho deles, que têm de ir fumar para a rua no meio do frio e da chuva, pobrezinhos que não conseguem deixar o tabaco, apanhados por tal terrível vicio e dependentes de tão pouca vontade própria! Dizia um senhor fumador e convidado no programa "Sociedade Civil" do canal RTP2, sobre a Lei do Tabaco, muito indignado, que: "qualquer dia também iriam estar à entrada das praias a proibir os banhistas de apanhar sol nas horas perigosas de sol!" Pois, é outro imbecil que não consegue compreender o quão estúpido é o seu exemplo, pois se quiser apanhar cancro de pele, pode fazê-lo à vontade, sem incomodar ninguém (além da sua família, se eles se preocuparem); agora fumar junto a outras pessoas prejudica-as e não há nada que ele possa fazer para o evitar, sendo que ninguém tem de respirar o fumo dele. Se o senhor quer fumar e arriscar a sua saúde que o faça, agora não tem é de fazer os demais respirar e viver com o seu luxo e capricho.

A saúde em primeiro lugar, basta de fumadores passivos. Quem quer desgraçar, que se desgrace a si próprio.