quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Inocência perdida

Um menino de apenas 4 ano disparou contra um jovem de 18 anos.
O caso passou-se em Ohio, EUA, que já nos têm habituado a tantas histórias irreais, que mais uma já é normal e corriqueiro. O jovem estaria a tomar conta de várias crianças, quando por qualquer razão, o menino ficou zangado e afirmou ir ao quarto buscar uma arma. Ninguém acreditou. Contudo, não só foi buscar a arma, como disparou contra o jovem, ferindo-o num braço e parte do torso.

Mais tarde, veio a saber-se que a arma estava descarregada, tendo o menino sabido carregar a arma correctamente e manejá-la eficazmente, destravando-a.

O pai do menino, muito surpreendido pela atitude do filho, apenas referiu que usa a arma para caça mas que nunca ninguém ensinou o filho a lidar com armas, muito menos a carregá-las e usá-las. Referiu ainda tratar-se de um acidente, pois o seu menino não teria noção dos danos que poderia causar, e que certamente pensou tratar-se de uma arma de brincar.

No Ohio não há nenhuma lei que obrigue o afastamento de armas das crianças.


Surpreendida fiquei eu pelas declarações do pai do menino, suposta criança inocente e sem noção dos seus actos. Contudo, se o menino inocente sabe onde o pai guarda a arma, e que a mesma é usada para caça, e que os animais atingidos por ela são mortos; também deve saber que se a arma for usada contra uma pessoa, também trará o mesmo resultado. Certo é que o menino puro e inocente já viu como se carrega uma arma, como se maneja e como se retira a segurança; e ainda que ninguém o tenha ensinado, já o fizeram à sua frente, o que basta para uma criança aprender a fazê-lo, pela simples observação. Quem tem crianças sabe bem como elas são curiosas e observam tudo com muita atenção e tudo imitam, principalmente das pessoas que mais admiram. Agora ficar zangado, afirmar que vai buscar uma arma, ir efectivamente buscá-la, carregá-la e saber destravá-la...não lhe chamaria propriamente inocente, ainda que de tenra idade.

E se aos 4 anos já sabe disparar contra uma pessoa, imagino que proezas inocentes saberá fazer quando for adolescente... Os pais que se cuidem, ou um dia poderá ocorrer um crime inocente contra si próprios, porque o menino contrariado ficou zangado!

2 comentários:

Helder Fráguas disse...

Recordo-me de um caso ocorrido aqui há dez anos atrás, em Lisboa.
Um pequeno de doze anos pegou numa caçadeira, para impressionar uma tia sua, mais jovem do que ele: a tia contava apenas onze anos de idade.
Desgraçadamente, disparou a curta distância e causou a morte à outra criança.
As circunstâncias exactas da ocorrência nunca foram esclarecidas completamente. Mas o caso apresentava a singularidade de vítima e autor pertencerem à mesma família, que viveu os dois dramas de modo muito intenso.

the law disse...

Há pouco tempo foi-me relatado um outro caso ocorrido em 2004, em que numa festa de aniversário um jovem (o aniversariante) morreu baleado. Nunca se soube quem tinha disparado. Uns dizem que foi o jovem por uma brincadeira que se revelou fatal; outros dizem que foi um dos convidados também por acidente. Outros ainda remeteram-se ao silêncio.
Como a familia dona da casa onde ocorreu o crime era abastada, o processo foi arquivado e ninguém foi condenado. Nem tão pouco se fizeram quaisquer tipo de exames para se determinar quem tinha pólvora nas mãos, ou averiguado se era posivel o jovem se ter baleado naquela posição e ângulo.. O caso passou-se nos EUA. Até hoje nada foi intencionalmente determinado. Quem sofre são os que ficam..
No caso que relatou, imagino a dificil gestão de sentimentos da familia para com a desgraça de ambas as crianças.