terça-feira, 24 de março de 2009

Sem Rei nem Roque

Tomei hoje conhecimento através de um estudo publicado no Jornal de Noticias, que na África do Sul, muitas mulheres lésbicas são sujeitas à chamada "violação correctiva", no intuito se serem punidas pelos seus actos pecaminosos e desviantes e reeducadas na sua orientação sexual.
Ainda que não seja apologista da homossexualidade, nem concordar com o casamento e muito menos adopção por parte de homossexuais; não posso concordar com tal atitude "correccionista".
Trata-se única e exclusivamente de um acto de violência, um acto degradante não só para a vitima mas também para o agressor.
É referido neste estudo que existem por ano 500 mil violações na África do Sul, sendo grande parte destas violações, as famosas correcções de más tendências; e que apenas 1 em cada 25 homens acusados de violação correctiva, é efectivamente condenado.
Faz lembrar as violações populares ainda hoje praticadas como sentença e punição pela autoria de crime de adultério, por parte de tribos e clãs de povos primitivos. Também em casos de violação, é comum neste tipo de aldeias, se punir uma mulher da família do agressor a sofrer o mesmo crime de violação! O mesmo acontece quando existem jovens de tribos diferentes a apaixonar-se e sendo descobertos, a mulher é punida com uma violação por parte da aldeia em peso, por ser considerada impura e prostituta!
Assim são as leis do homem, em locais sem Rei nem Roque, onde se pune toda a gente menos os agressores.
O que não consigo compreender de todo, para além das atrocidades que se cometem como supostas punições e correcções de comportamento, é como se pode ter erecção para se cometerem crimes e crueldades contra outra pessoa!
Qual será a punição "correctiva" para homens homossexuais...?

terça-feira, 17 de março de 2009

Triumph Acclaim HLS

Mais uma vez o meu infeliz Rover foi parar à oficina. A bateria descarrega e a temperatura chega ao máximo em poucos minutos de trânsito. Também dizem que os Rover's têm a cabeça fraca...é um reparo interessante a fazer a um carro...(e em algumas pessoas também...).

Enquanto o Rover foi ver se encontra dias melhores, fiquei com o carro do meu avô (que se fosse vivo teria feito neste ano 99 anos!). É absolutamente adorável conduzir o carro do meu avô, não só porque o carro é antigo e se trata de um clássico, mas principalmente porque era do meu avô de quem tenho tantas saudades! De modo que conduzir o carro dele é uma honra e grande motivo de orgulho e alegria! Imagino os tempos em que ele o conduzia e eu ia sentada atrás, das viagens à casa dos meus avós em Freixeda de Vilar e imagino que agora é o meu avô que se deixa levar por mim, nem que seja dentro do meu coração e pensamento!
E por onde passo só me apetece buzinar, principalmente se vejo alguém de mais idade, que se possa recordar deste carro, ou até quem sabe, tenha tido um! Na altura foi um autêntico sucesso, não só em Portugal, mas como também no Reino Unido, donde é originário.

Trata-se de um belo clássico, que viu fabricadas 133,626 unidades de 1981 a 1984. O meu é verde-água, 1335 de cilindrada e com vidros eléctricos.
O sucessor do Triumph Acclaim foi o Rover série 200 (tenho um de série 214 GSI).
O meu....Triumph Acclaim HLS.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Hoje foi a leitura da sentença do meu 1.º Julgamento!

Chegada ao Tribunal de Almada, encontrei-me com o arguido que já esperava a chamada. Também lá se encontrava o ofendido, que não tinha de estar presente, mas que fez questão de ir ouvir a sentença..
Contudo, estava tanta gente para outros processos, que eu e o arguido fomos chamados ao gabinete da Dra. Juíza. Lá fomos nós, e eu com o coração nas mãos sem saber que esperar...

Afinal, era para conhecer a sentença! Tudo porque a juíza com tantos processos, não tinha tido tempo para escrever a sentença e muito menos para a ir ler na sala de audiências. Assim tomariamos conhecimento oralmente do que tinha decidido, quais os factos dados como provados e não provados.

Resultado:


- ABSOLVIÇÃO -


Após o conhecimento da sentença, foi-nos dito que podíamos ir embora e recolher cópia da sentença noutro dia. Seguiram-se os devidos cumprimentos, e lá saímos do gabinete vitoriosos e assim continuámos corredor fora até à porta de saída do Tribunal!

Quem ficou à espera no corredor, que fossemos chamados para a sala de audiência e se proceder à leitura da sentença...foi o ofendido, que a esta hora ainda lá deve estar... eheheheheh

Caso para dizer que se fez JUSTIÇA!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Crescimento em Vigia

Saiu um artigo no jornal Diário de Noticias, de 27 de Fevereiro deste ano, sobre pais que contratam detectives para saber vigiar os seus filhos.

O intuito dizem os pais é saber o que se passa na vida dos filhos, desde conhecer as companhias com que os filhos se dão, ao que fazem na ausência dos pais e às conversas que têm. Tudo pode ser registado mediante uma câmara de filmar e microfone oculto, até jovens "infiltrados" que tentam estabelecer amizade com o jovem a vigiar para tentar descobrir a sua vida. Até no quarto dos jovens adolescentes os pais "podem" entrar através destes métodos, ou seja, nem no seu pequeno mundo - o quarto - o jovem pode estar à vontade.

Ora, isto não me parece a melhor solução. Talvez uma boa educação desde cedo, e muito diálogo e proximidade entre pais e filhos resulte melhor do que desconfianças e controlos excessivos. Os jovens necessitam de aprender, crescer e errar por si próprios. Não se pode vigiar uma pessoa 24h por dia nem tal é saudável para nenhum dos lados. Este tipo de controlo é ilegal, porque se trata de registar conversas e imagens que não foram consentidas, ainda que o "dono do consentimento" seja menor. Contentes ficam os detectives pelo aumento da procura deste tipo de "trabalho" que lucram fortunas devido à falta de confiança e diálogo entre pais e filhos.

A descoberta de tal vigilância apenas cria revolta e sentimento de incompreensão nos jovens, que nem em casa podem ser eles próprios nem se sentir livres. Os pais falam de protecção, os filhos de opressão e controlo excessivo.

Está certo que a mentalidade dos jovens de hoje e a vida em si não tem nada a ver com outras gerações passadas, mas estes métodos são ilegais e deveriam ser exclusivamente usados para a procura de pessoas desaparecidas e não para se vigiar pessoas que estão connosco. Claro que há inumeros perigos para além do alcool e drogas, há amigos virtuais que afinal são predadores, há companhias que levam por maus caminhos, há comportamentos de risco; mas a solução não passa por uma câmara de vigilância. Passa sim pelo alertar de perigos, por regras e disciplina desde a mais tenra idade. Mais educação e menos mimalhada. Mais diálogo e menos ipods e computadores.

Uns aproveitam-se dos pais e lucram com isso, outros querem conhecer os filhos através de máquinas em vez de falarem com eles.

Agente Provocador

Arábia Saudita. País desenvolvido e rico do continente asiático, mas que contudo ainda com muitos obstáculos às mulheres. O caso não é assim tão importante comparado com outros países e penas degradantes aplicados aos condenados, mas ainda assim merece uma pequena critica. O «problema» tem chegado aos órgãos de comunicação. E qual é o problema? É que o contacto entre homens e mulheres é proibido em público; contudo os funcionários das lojas são homens. Assim se uma mulher quiser ir a uma loja, tem obrigatoriamente de contactar publicamente com um homem, e pior, quando a loja é de roupa interior feminina. Assim a mulher tem de escolher a sua roupa interior, sob os olhares dos homens, não podendo sequer experimentar para saber se o n.º serve. Não pode também fazer perguntas sobre cor, tamanho, modelo, feitio, porque tudo isso é contacto público com um homem e ainda por cima sobre um assunto intimo, tabu e privado nestes países.

Para nós, mulheres ocidentais, nada há de mais banal do que ir a uma loja e conversar com as funcionárias sobre a peça que queremos, experimentar a ver se fica bem, e por fim, levar o artigo desejado sem olhares reprovadores.

Agora falo-vos de agentes: Um agente provocador é aquele que provoca uma situação para apanhar em flagrante uma pessoa e dá-la como culpada do seu «crime». Este agente é proibido em Portugal. Pelo contrário, é permitido o agente infiltrado, que é aquele que se infiltra num grupo já ele criminoso e que tenta descobrir informações sobre crimes.

Para estas mulheres é como se houvesse um agente provocador a cada esquina. Porque se têm de ir a uma loja, têm de estar perante homens, pois os funcionários das lojas são todos homens. Mas depois não podem ter contacto público com homens! Muito menos falar sobre assuntos tabu como escolher uma peça de vestuário intimo! Nem podem ficar sujeitas a olhar reprovador consoante o artigo que gostariam de escolher (não vá incorrerem em algum tipo estranho de crime); mas as peças encontram-se nas lojas para venda...
Ou seja, para não se ser apanhado por um Estado «provocador» o melhor mesmo é a reclusão ou a revolução.

Mutilações psicológicas

Há dias o programa "Você na Tv" levou ao público diversos casos sobre mães que matam filhos. Estiveram presentes os dr. Barra da Costa e Quintino Aires. Os habituais apresentadores estavam munidos de paus e pedras na voz, levando a plateia a seguir a mesma via. Barra da Costa, que nos tem habituado a elevada qualidade, defendeu e argumentou quais as possíveis causas que podem estar na origem destes crimes. Quintino Aires deu o seu toque no âmbito da psicologia, relatando as suas percepções de casos clínicos seus similares. Havia quem defendesse a obrigatoriedade de se proceder à laqueação das trompas destas mulheres. Também assim defendeu o dr. Rui Abrunhosa Gonçalves, em declarações ao jornal Diário de Noticias de dia 27 de Fevereiro.

Tal não se pode conceber, num Estado de direito. É certo que as crianças não têm culpa, nem pediram para nascer e muito menos para lhes ser retirada a vida pela pessoa que os devia proteger, cuidar e amar. Contudo não se pode mutilar pessoas, nem mediante ou conforme a gravidade dos seus crimes. Trata-se de um direito à integridade física...o mesmo direito que as crianças também tinham..é uma contradição, mas não se pode pagar olho por olho dente por dente, como noutros tempos.

Em certos países, distantes de um mundo civilizado, as pessoas são mutiladas ou lapidadas até à morte como punição pelos seus crimes. Uma mulher adultera num país árabe é violada pelos habitantes e chefes de tribos, e depois apedrejada até morrer. Um homem a ser condenado, é enforcado. Aos ladrões são-lhes cortadas as mãos, ficando assim impedidos de se regenerarem e um dia trabalharem em vez de roubar, tornando-se inválidos e um estorvo para toda a gente.

Não se pode punir uma pessoa para sempre, pelos seus actos, por mais cruéis que sejam, nem psicológica nem fisicamente. Não se pode cortar pés a quem exerce bullying, nem mãos a ladrões, nem outras coisas a pedófilos.. Porque o problema não reside nos órgãos decepados, mas sim na sua mente. A mente é que necessita de ser tratada. Porque uma má mãe com as trompas laqueadas vai continuar a ser má mãe. Mas se tiver tratamento poderá mudar o seu interior. E depois será tarde porque não se poderá reverter o processo de laqueação. Tal como não se podem devolver braços, pernas e outras coisas amputadas.

Teríamos de estudar se as pessoas tivessem condições de vida iguais aos outros que se fazem conduzir por motoristas, cometeriam ou não os mesmos crimes. Teríamos de dar como provado que uma pessoa deve ser punida para todo sempre, usando um letreiro do que fez para toda a vida, e dar-se a pessoa como irrecuperável. Assim seriamos um país de mutilados e inválidos a viver à custa de um Estado mau pagador ou transformados à força em sem-abrigo, uns mutilados de umas coisas outros de outras.

Ninguém é perfeito nem ninguém normal e saudável comete crimes destes. Se os crimes são bárbaros das duas uma: ou a pessoa é doente mental, ou se não o é, algo a fez agir desse modo. Por isso há que conhecer a história de vida da pessoa para saber como chegou até hoje e ao que cometeu. E isto não é defender os coitadinhos dos criminosos com histórias tristes de infância e dramas familiares duvidosos ou reais; mas distinguir quem é de má índole por natureza e quem agiu devido a um qualquer factor.

Seguramente nenhuma destas mulheres se vangloria de ter morto um filho. E ainda que tenham cometido um acto horrendo, não podem ser escurraçadas para uma ilha longe dos «civilizados.»