sexta-feira, 20 de julho de 2007

Estado Assassino

Numa noticia do mês de Junho, relatava-se mais uma infeliz peripécia ocorrida nos nossos tribunais. Novamente era encontrado um rato. Desta vez o animal, estava já em decomposição, tendo por sua ultima residência o Tribunal da Boa-Hora em Lisboa. Há 3 anos atrás, já se havia transmitido à Direcção-Geral de Saúde e à Inspecção de Trabalho, que o tribunal dava guarida a ratos, pulgas, e cujas instalações sanitárias eram tão precárias, que o sistema de autoclismo deixava de cumprir a sua missão após determinado número de execuções. Após inspecção feita pelas ditas entidades, as mesmas concluíram ser necessário efectuar uma desinfestação para as pulgas, colocar ratoeiras para os ratos, e que de resto, o tribunal oferecia perfeitas condições de trabalho, não afectando a saúde pública.
Assim, a solução proposta não foi arranjar as instalações sanitárias, nem o extermínio de pulgas e ratos do tribunal e da cidade, mas sim uma mera desinfestação para as pulgas e a colocação de ratoeiras para os ratos.
Em nova missiva às entidades (in)competentes, os juízes da 4.ª vara, relataram as suas preocupações e sentimento de revolta perante tais condições de trabalho, e exigiram solução eficaz para os problemas constatados.
Um Estado que fecha tribunais, que permite que os mesmos funcionem em condições precárias, onde habitam ratos e pulgas, sem sistema informático e atolados de papel óptimo para casos de incêndio, que deixa os seus tribunais ruir tal como as suas cidades, é um Estado assassino do Estado de Direito que se auto-proclama.

Estariam as ratoeiras recheadas de queijinho para atrair as criaturas? Seria esta a nova despesa e estratégia do Estado? É assim que o Estado nos tapa os olhos, com ratoeiras e queijinho?

Que lindo deveria ser o som da ratoeira a disparar e o guinchar do rato a estrebuchar em plena audiência...

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