quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Suicídios e suicídios

Há poucos dias atrás uma adolescente de 14 anos decidiu pôr termo à sua própria vida, após o fim de um namoro. A adolescente saiu de casa, enviou mensagens de despedida e agradecimento pela amizade aos amigos e atirou-se da Ponte do Infante, Vila Nova de Gaia. O seu corpo foi descoberto 15 dias depois por pescadores.

Este triste e lamentável acto, revela o desespero e dor desta jovem que tinha a vida toda pela frente, com tanto por experienciar e tantas alegrias e dificuldades por chegar. Mas por ter ainda toda a vida pela frente, não conseguiu suportar a dor que sentia. Isto porque a maioria dos jovens de tão tenra idade não possui estrutura mental para aguentar a dor e a capacidade para a ultrapassar, nem conseguem ter visão para o futuro e compreender que tudo na vida passa e nada permanece para sempre, nem mesmo a dor vivida naquele preciso momento. Infelizmente as crianças crescem com o "material", sendo descurado por parte dos pais e de quem está à sua volta o "espiritual", pois todos só se importam em ver os meninos contentes com os pc's, ipods, roupas, etc; esquecendo que a alma também deve ser alimentada, não de bens visíveis, mas sim de força, coragem, confiança e fé. Muita fé em nós próprios e em Deus que nos ajuda a superar todos os obstáculos, basta pedir, basta tentar.


Mas o suicídio não atinge somente adolescentes, que são já por si mais frágeis em todos os sentidos. O suicídio - ou a sua tentativa - pode atingir qualquer pessoa de qualquer extracto, mas num factor ele coincide; em pessoas fracas de espírito que se deixam abalar pela dor, pois não sabem lidar com a mesma e não estão habituadas a lutar por nada na vida. Geralmente quem se pretende mesmo matar, fá-lo através de meios que necessariamente provoquem a morte, podendo ou não deixar cartas de despedida ou outros dados que revelem essa intenção. Mas procuram o alivio da dor espiritual que sentem, não se importando tanto com a dor física que o suicídio poderá provocar; até porque necessitam que a dor física supere a dor interior.



Outro problema são as falsas tentativas de suicídio, o pressionar os outros para se tentar conseguir o que se pretende, o choradinho e as acusações feitas no mesmo sentido. E pior quando se trata de pessoas adultas, que sabem muito bem manipular os demais, usando truques que sabem mexer com as pessoas à sua volta. Geralmente estas situações acontecem também em rupturas de relações, quando uma das partes não aceita o fim da relação, e tudo faz para continuar a prender a pessoa e fazê-la sentir-se culpada da sua triste vida e infelicidade. São pessoas que não falam de amor verdadeiro, mas sim de um pseudo-amor baseado na dependência, seja ela qual for, emocional, sexual ou monetária. Desse falso amor, derivam as acusações sem nexo, as ameaças de morte e de relações fortuitas com qualquer um/a como "punição pela ausência de sexo" que o outro já não pretende proporcionar, mentiras e dramas de vida, no intuito de atacar e manipular. Gente perturbada ou que se faz de perturbada para tocar no intimo e magoar, sempre como forma de punição para quem pretende refazer a vida sem a pessoa "suicida". São pessoas que ameaçam matar-se e nunca morrem...porque nunca tentam sequer o suicídio, ou se o fazem, é através de meios que sabem não provocar a morte, numa vã tentativa de chamar a atenção e mais uma vez de prender o outro que se quer libertar.


O engraçado é que estes truques são praticados por adultos, que se dizem respeitadores da liberdade a todos os níveis - ou melhor, da libertinagem - e ora dizem que se vão matar e que não são capazes de prejudicar ninguém nem mesmo de serem malcriados, pois o seu nível de educação não lhes permite tal, ora dão largas ao seu verdadeiro interior publicando através da Internet os seus pensamentos mais obscuros, mostrando aí o seu baixo nível (numa tentativa de apelidar a sua nojice de pessoa e pensamento em liberdade de expressão, defendendo que todo o mundo é negro e obscuro), cujos temas batem sempre no mesmo: sexo sem qualquer forma de partilha e amor. Simples sexo pelo instinto, como se se tratasse de um acto animalesco sem qualquer fundamento, mas praticado por sentimento de posse e submissão. Gente que escreve sobre crimes como se de contos eróticos se tratasse, como se a dor das vitimas fosse razão de prazer e excitação mórbida dos leitores. Gente reles, vazia e oca que escreve à procura de quem seja igualmente mentalmente perturbado para dar resposta na mesma moeda, procurando que um qualquer cão ranhoso queira provar o osso podre.
Incrível é que é gente desta categoria e classe que vai trabalhar e estar à frente das mais diversas áreas, lidando com qualquer um de nós, quando nem a si próprios se conseguem recuperar.



Tudo isto para diferenciar o verdadeiro desespero de uma jovem em crescimento que não soube lidar com a dor que sentia nem conseguiu pedir ajuda e apoio, e acreditou que não valia a pena viver mais; com gente realmente perturbada que usa falsas tentativas e ameaças de suicídio para seu belo interesse até encontrar uma próxima vitima.

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