O intuito dizem os pais é saber o que se passa na vida dos filhos, desde conhecer as companhias com que os filhos se dão, ao que fazem na ausência dos pais e às conversas que têm. Tudo pode ser registado mediante uma câmara de filmar e microfone oculto, até jovens "infiltrados" que tentam estabelecer amizade com o jovem a vigiar para tentar descobrir a sua vida. Até no quarto dos jovens adolescentes os pais "podem" entrar através destes métodos, ou seja, nem no seu pequeno mundo - o quarto - o jovem pode estar à vontade.
Ora, isto não me parece a melhor solução. Talvez uma boa educação desde cedo, e muito diálogo e proximidade entre pais e filhos resulte melhor do que desconfianças e controlos excessivos. Os jovens necessitam de aprender, crescer e errar por si próprios. Não se pode vigiar uma pessoa 24h por dia nem tal é saudável para nenhum dos lados. Este tipo de controlo é ilegal, porque se trata de registar conversas e imagens que não foram consentidas, ainda que o "dono do consentimento" seja menor. Contentes ficam os detectives pelo aumento da procura deste tipo de "trabalho" que lucram fortunas devido à falta de confiança e diálogo entre pais e filhos.
A descoberta de tal vigilância apenas cria revolta e sentimento de incompreensão nos jovens, que nem em casa podem ser eles próprios nem se sentir livres. Os pais falam de protecção, os filhos de opressão e controlo excessivo.
Está certo que a mentalidade dos jovens de hoje e a vida em si não tem nada a ver com outras gerações passadas, mas estes métodos são ilegais e deveriam ser exclusivamente usados para a procura de pessoas desaparecidas e não para se vigiar pessoas que estão connosco. Claro que há inumeros perigos para além do alcool e drogas, há amigos virtuais que afinal são predadores, há companhias que levam por maus caminhos, há comportamentos de risco; mas a solução não passa por uma câmara de vigilância. Passa sim pelo alertar de perigos, por regras e disciplina desde a mais tenra idade. Mais educação e menos mimalhada. Mais diálogo e menos ipods e computadores.
Uns aproveitam-se dos pais e lucram com isso, outros querem conhecer os filhos através de máquinas em vez de falarem com eles.
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