Este sr. que é tão atrasado como a tromba que tem, entende então que a culpa é das grávidas que tardam a reconhecer os sinais de trabalho de parto e a chegarem a um hospital a dezenas de km de distância. E que as mesmas devem ser informadas durante a gravidez do percurso a seguir... realmente minhas senhoras, 9 meses de gravidez deve ser período que baste para terem na vossa posse mapas de estradas e atalhos para chegarem a tempo ao hospital aberto mais próximo!
E que fazer em casos de perigo de vida para mãe e filho, ou em que o cordão umbilical esteja a sufocar o bebé e a mãe ainda tenha de percorrer 50km até um hospital? E se a criança tiver de ser retirada a ferros ou por cesariana? E se não houverem ambulâncias disponíveis? E o tempo que demora a ambulância a chegar a casa da mãe e a regressar ao hospital? E se chegada ao hospital com os primeiros sinais de trabalho de parto, os médicos entenderem que é falso alarme e mandam a grávida para casa, e ela ao chegar a casa tiver de regressar ao hospital e acontecer uma qualquer desgraça no caminho?
Certamente que os ilustres ministros e outros parolos que defendem o fecho de urgências, centros de saúde e maternidades, têm as suas grávidas bem perto dos mesmos, e com serviço de atendimento preferencial, porque a sra. é esposa de um qualquer ministro...
Mas infelizmente esta gente consegue sempre levar a sua a avante, porque o povo parvinho, quando as coisas correm bem, acham muita graça à situação, e o caso de nascimentos em ambulâncias viram histórias de telejornal, e o bebé vira "o 1.º bebé nascido na IP3, que lindo"! É quase como ser o primeiro bebé do ano, a que todos acham muita gracinha. Lá ficaremos à espera de mais desgraça para que finalmente este Governo seja posto a andar (mais rápido que as ambulâncias, esperemos) e Portugal dê a volta que precisa se ainda for a tempo.